quinta-feira, 29 de maio de 2008

terceira pessoa do singular.

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Ela
não tem muito a dizer; diferente de alguns anos atrás, quando acreditava que sabia de tudo e falava demais. Hoje, o tudo virou nada e tudo que ela sabe é que não pode mais ficar parada, esperando tudo acontecer.

Seus sonhos mudaram, para melhor ou pior talvez, ainda não dá pra saber pois são sonhos, quiçá irão se realizar. Mas ela se esforça... É persistente e eu gosto disso nela.

Ela não gosta de covardia, apesar de ser bem covarde às vezes. E sabe disso, mas tem medo de não poder estar à altura de suas próprias expectativas. Tornou-se insuportável depois de tantas exigências alheias e hoje, decide por si só, mas ainda sofre bastante influências, o que não é tão ruim para uma pessoa fria como ela, já que sabe distinguir os conselhos que recebe.

Antiquada, nem parece que vive em pleno século XXI.
Moderna, nem parece que adoraria viver na década de cinqüenta.

Continua insistindo em mudar de ares, mas não entende que seus problemas não são geográficos e que de nada vai adiantar fugir para as ilhas Fiji. Ela não vai sobreviver muito tempo adiando tudo que já deveria ter sido solucionado.

Demora a se entregar, não importa o quanto tente. É fria, já disse, mas quando se entrega, vai até o fim. É persistente, já disse. E diz o que lhe vem à cabeça se for preciso; saber ser espontânea não significa que ela é uma porra louca e não se importa com o que vão pensar. Sabe se calar e ouvir.

É, fácil fazê-la sorrir agora.
E ela te fazer sorrir, também conta as piores piadas, você vai rir da cara dela, da risada dela, mas quase nunca da piada.
É fácil fazê-la chorar, sempre foi, mas ela segura. É orgulhosa e detesta demonstrar fraqueza.
E ela te faz chorar, principalmente se você estiver chorando sem motivo, ela encontra um se for necessário.

Precisa do seu próprio tempo, detesta ser apressada. Demorou dez horas para nascer e ainda fora forçada a isso através de uma cesariana. Filha do meio do pai, primogênita da mãe, seria o ideal de garota-problema, mas ela não é assim. Doce e amarga, distinta para qualquer paladar.

Sabe que se tiver a oportunidade, vai te cativar.

Ela sempre se pergunta de quê é feita: de idéias, sonhos, atitudes, lembranças, loucuras. Talvez de tudo um pouco, mas não encontrou a resposta ainda.

Quem é ela? É diferente de você e, por várias vezes, indiferente com você. Minha própria personagem, protagonista da minha vida, aquela que criei e que um dia pode parar de contracenar. Pode... ?

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